INTRODUÇÃO





O nome deste blog tem um significado muito especial para mim , na verdade esta era a frase que o meu avô mais utilizava entre um ar sério e brincalhão, sempre que eu e a minha prima Michele então miudas de 12 anos, nos portavamos pior do que o costume, o que normalmente significava estarmos a fazer algum disparate que o envolvesse , enquanto riamos desalmadamente! Era qualquer coisa como: vejam lá o que é que arranjam... - ou então : estas duas são frescas são! - ou talvez ainda : não façam nada que eu não fizesse!
Esta ultima já sou eu a esparvoar ...

Então crianças, atenção à escrita!

Está bem, está bem, já ouvimos.






domingo, 31 de janeiro de 2010

Rebel Rebel

John Bellany v David Bowie

Agosto de 1992 em Glasgow, eu e a minha querida prima Michele fomos ver a exposição de pintura de um famoso artista escocês de nome John Bellany. A exposição intitulava-se " a long night's journey into day". O David Bowie não tem aparentemente nada a ver com a exposição... mas tem! Sabem porquê? Depois esclareço. Agora vejam e escutem este tema excepcional do David Bowie , que para mim é muito mais do que um musico. The one and only.

sábado, 30 de janeiro de 2010

A Sesta

Sentiu-se cair para a frente mas o corpo , habituado às investidas, instintivamente inclinou-se para a direita onde estava a parede onde bateu com a cabeça e quase caía de joelhos no chão não fora o pequeno caixote de lixo que ali jazia amparando-lhe a queda e evitando um mal maior. Acordou imediatamente , confusa e atordoada e tentou recompor-se recostando-se de novo para trás . Massajou levemente a testa à procura do sitio. A pancada tinha sido pequena. Graças a Deus! pensou, senão alguém podia ter ouvido.Que espaço tão apertado. Bom e podia ter-se magoado, ficado com alguma marca.E uma marca na testa assim de repente naquele local não era facilmente justificável.Com os cotovelos apoiados nos joelhos deixou a testa descansar um pouco nas mãos.Sentiu-se de novo resvalar.Lá estava aquele poço fundo , muito fundo e o corpo a rodopiar, a rodopiar… Estás bem? Está tudo bem?Ouvi um barulho , questionou alguém do lado de fora. Sobressaltou-se, alguém tinha mesmo ouvido.Ficou irritada, já uma pessoa não podia ter um pouco de privacidade, uns minutos para si, fechar um pouco os olhos, enfim , ter um deslize. Afinal ainda a tarde ía a meio .Está tudo bem! - respondeu tentando que a voz parecesse o mais normal possível.Como era possível que uma pancada pequena tivesse produzido um som capaz de chamar a atenção lá fora! Era quase impossível – ou talvez não…Tentou levantar-se. Tinha os pés como se tivesse saído duma sessão de acumpunctura mal sucedida tais eram as picadas que os invadiam e os músculos das pernas e do resto do corpo dormentes. O poder do sono era tremendo, saia de dentro dela, conquistava-a envolvendo-a nos seus numerosos braços e recolhia-a ao seu próprio interior …tão dócil, tão entregue…uma espécie de camisola vestida ao contrario. Sentia-se levitar mas o tampo onde estava sentada já mostrava indícios de querer ceder.Tinha mesmo que reagir. Levantou-se .Tinha tudo planeado, já não era a primeira vez. Onde estiveste tanto tempo, perguntavam habitualmente os colegas. Ora... - respondia sem querer nem poder. A dormir a sesta seus imbecis, pensava. Tinha tudo planeado. Ruidosamente fez correr o rolo de papel higiénico e arrancou folhas de papel que rapidamente amarfanhou em forma de coisas parecidas com bolas que deitou para a sanita. Segui-se o autoclismo que descarregou sem ter nada de jeito para descarregar, tossiu e quase espirrou, fez barulho q.b., esfregou o olhos cuidadosamente para não borrar a pintura, soprou para a sua própria cara apontando para os olhos que teimavam em fechar-se , ajeitou a roupa e os cabelos e abriu a porta.Voilá! O espaço da casa de banho era realmente exíguo, confirmou mal conformada. Em passo razoavelmente firme atravessou a luz que inundava a área de atendimento e dirigiu-se para a sua secretária. Tinha a desagradável sensação de que algum cheiro caracteristico da casa de banho se tinha colado a ela denunciando-a. Discretamente, pelo caminho agarrou uns papeis que propositadamente esquecera quando fizera o caminho inverso .O cliente , esse ser distante ( no entanto ali tão perto) continuava sentado de costas voltadas , apenas o balancear da perna cruzada denotava alguma impaciência. Será que desta vez tinha perdido a noção do tempo, questionou-se ligeiramente inquieta. Paciência! Fez notar o seu regresso pousando a mão direita no ombro esquerdo do infeliz – Sr.Augusto, finalmente Sr. Augusto ! - a voz saiu-lhe excitada e arrematou - Finalmente encontrei os papeis , estava a ver que não era para hoje! Desculpe te-lo feito esperar…